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Eu que preciso.

Vocês não precisam entender quando digo que não sei tirar as pessoas da minha vida; ou que choro vendo jornal nacional, propaganda da pedigree e comédia romântica; ou que acredito em amizade entre homens e mulheres e que ex-namorados deveriam se tornar nossos melhores amigos. Vocês não precisam entender que eu seja irritantemente otimista, acredito em contos-de-fada e em histórias de príncipe e princesa; ou que eu sou uma alma controlada por um grande sonho; ou que gosto de sorrir pra estranhos na rua. Não, não precisam. Nem precisam entender que às vezes sou moderna e às vezes careta. Vocês não precisam mesmo entender que minha vida é um sonho azul, bom de viver, das cores do mundo, de todas as cores que há em mim, em você e ao redor. Vocês não precisam entender que eu não enxergo maldade nas pessoas, que eu acredito nelas; ou que eu tenho ciúmes de quem já passou pela minha vida. Vocês não precisam entender minhas manias, e que sou sistemática. Não precisam entender que preciso falar tanto, e deixar tudo tão explicado. Nem que me calo exatamente diante das situações que me exigiriam mais palavras. Não. Não precisam entender minha paixão por hipopótamos, por biscoito água-e- sal com gelatina ou por realities shows. Vocês não precisam entender meus extremos, e como uma única pessoa pode ser tão racional em alguns momentos, e tão emocional em outros; ou que tenho opiniões tão formadas, mas as troco como troco de roupa. E não precisam entender que adivinho coisas que ninguém me conta; ou que converso com meus cães como se eles pudessem entender e acredito que eles realmente entendem; ou que não tenho vergonha de brincar como criança. Ou que preciso do blog, mesmo se for pra ninguém ler; ou que nunca me acho magra o suficiente; ou que preciso tanto das pessoas, mesmo precisando cada vez menos dela; ou que aceito tanto minhas imperfeições. Não, eu juro que não precisam. Não precisam entender meu gosto por pagode, por tirar fotos e por fazer novos amigos. Também não precisam entender que quando estou ocupada deixo meu MSN ligado, e quando desocupo fico off-line; ou que adoro mensagens de texto. Nem que rabisco coisas estranhas quando estou ao telefone; ou que gosto de coca-comum-com-gelo-e-sem-gás; ou que tenho carteira e não sei dirigir. E que tenho tantos medos e tanta coragem. E que sou tão frágil e tão forte. E que gosto de convencer as pessoas. Vocês não precisam entender que fico meses com o mesmo livro na cabeceira. Vocês não precisam entender meus olhos. E nem o que eu quis dizer com este post, tampouco com o que não está escrito.

Não, vocês não precisam entender nada disso.
Eu que preciso.
Vocês precisam só entender, - e pra isso eu vou roubar umas palavras do Gabriel Nunes -, que eu "às vezes preciso de ser meio maluquinha". Tentar me compreender não é mesmo uma boa opção. E apesar de não ser necessário me entender, é preciso me amar, me aceitar, me querer por perto, me achar linda. E é só.

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