sábado, 30 de outubro de 2010

Um relicário imenso deste amor..


O post pronto pra ser publicado hoje era sobre quando o amor chega ao fim.

Só que ontem fui pra casa da melhor amiga. Aniversário de 25 aninhos. Fui direto do trabalho. Cheguei lá antes dela. Curti a mãe, que é como se fosse minha. Dei presente. Aproveitei a irmã pequena, que carreguei no colo e agora é quase maior que eu. Ajudei a arrumar os detalhes antes do pessoal chegar. Como sempre.

O namorado dela chegou. É mais que um grande amigo. Perguntou se eu sabia guardar um segredo. É coisa que eu sei fazer bem. Guardo muitos segredos. Não meus, dos outros. Prometi. Ele contou que ia pedí-la em casamento. Eu dei um grito, lhe dei um beijo e um abraço apertado, senti um frio na barriga, me arrepiei e passei mal a noite inteira com esta informação disparando meu coração de minuto em minuto.

Por isso vai ficar para depois o post que falava sobre o fim do amor. De repente, acreditar que o amor é definitivo é tudo que tem importância. O amor nunca acabar é a única coisa que eu posso pensar e acreditar em dias assim. Hoje só quero pensar em coisas eternas. No confortável “Pra Sempre”.

Eles ficaram noivos. Eu já sabia. Na hora H, lá estava eu, de câmera na mão, filmando o momento mais importante que eu vivi nos últimos tempos. O mais estranho é perceber, que ela, minha melhor amiga, com quem eu cresci, pra quem eu contei meus maiores segredos, que dividiu comigo todos os momentos relevantes da minha vida, estava ali, virando mulher, deixando de ser só a filha do Maurílio e da Izabel, pra ser a noiva e futura esposa do Paulinho.

Ela é minha companheira. Minha irmã. Nunca entendi bem como nós, duas pessoas tão diferentes, somos, ao mesmo tempo, tão parecidas. E nos completamos com tanta simplicidade e intensidade. Crescemos juntas. Estudamos juntas em vésperas de prova e do vestibular. Sempre fui grande amiga dos seus namorados. Amo o pão-de-queijo que a mãe dela faz. Durante um ano inteiro domingo era dia de sairmos de casa, só nós duas, às 5:30 horas da manhã para ir a festas de música eletrônica. Meus pais não se importavam, nem os dela, por estarmos uma com a outra. E a gente se cuidava, sempre se cuidou. Experimentamos e vivemos juntas muitas sensações pela primeira vez.

Com ela eu ouvi Manitu naquele Peugeot por vários quilômetros, bairros, cidades. Corremos na lagoa. Tomamos água de côco e açaí. Fomos ao bar do Veio. Na casa dos Ferolla, do Messer e do Dani. Tivemos os mesmos melhores amigos. Eu via Harry Potter com sua irmãzinha enquanto ela dormia. Eu estava lá a cada início e fim de relacionamento. E estive quando ela e o agora noivo se beijaram pela primeira vez. E eu fui a cupida. Também estava lá, no dia 24.02.2007, quando ela, marcava sua vida com o início do namoro com o Paulinho, no Mc Donald’s da Savassi, depois do churrasco na casa do Dani.

Ela esteve ao meu lado quando vivi uma das minhas primeiras paixões. Acompanhou cada momento da segunda. E participa diariamente da última, aquela paixão que se transformou em amor. Ela é discreta, muito mais que eu. Ela é séria, muito mais que eu. Ela ama que eu seja como sou e me permite ser, meio desequilibrada, livre, sistemática, correta, justa, louca, desorientada, sensível, feliz e DELA. Eu a amo exatamente como é, doce, forte, equilibrada, racional, ciumenta, controlada, suave, firme, responsável, inteligente. Tudo ao mesmo tempo. Não necessariamente nesta ordem.

A família dela é minha (e a minha é dela). O pai da noiva, emocionado, passou a noite me chamando de segunda filha, que eu sou e sei que sou. A mãe do noivo passou horas conversando comigo sobre sonhos. A mãe da noiva me olhou com ternura e cumplicidade de quem divide a emoção de um momento único. O bebê passou o noivado no meu colo, me lembrando de como eu preciso de ter logo meus 3 filhos.

Eles, a melhor amiga e o noivo, são muito diferentes de mim e do Bi. Mas a gente se encaixa, se ama e vive bem, muito bem. Os quatro. Nos entendemos. E durante os últimos quatro anos eles me fizeram amá-los intensamente. Eles serão padrinhos do meu casamento e dos meus filhos. E neste momento, imaginar que eu possa ser deles me emociona ainda mais.

Ela é minha melhor amiga.

E me conhece como ninguém. E sabe coisas sobre mim que talvez nem eu saiba. E me diz coisas que eu preciso de ouvir. E me mantém exercitando o que há de melhor em mim. Sempre. Meu ouvido. Meu colo. Meu ombro. Meu porto seguro. Meu equilíbrio. Meu centro de gravidade. Somos inseparáveis. Ela foi minha amiga de infância. E virou uma linda mulher. Pra mim, ela sempre será aquela com quem eu ouvia Relicário, olhando pro céu em uma certa cobertura da Rua Nadir. Nós sempre rimos até a barriga doer, não importando a situação. E ao seu lado me apaixonei tantas vezes pela vida.

Na hora, antes dele fazer o pedido, antes dele dizer o que ele sentia, antes dele realizar este sonho que também é meu, eu já estava chorando. Logo eu, que não choro mais na frente das pessoas, que me engano que eu tenha total controle sobre mim e minha vida. Eu, que me prometi não chorar no casamento dela, nem quando pegasse o filho dela no colo pela primeira vez, ontem, chorei como boba ao sentir tanto amor em um único lugar.

Por ali, ficou o "burburinho" gritado de que eu sou a próxima da fila. Que na minha frente só havia ela, e agora não há mais ninguém. Que minha hora chegou e que ficariam aguardando o meu noivado. Vou ter que organizar a tal fila. Mas talvez eu seja mesmo a próxima. Vai saber.

Eu fui a última a ir embora. E pretendo sempre ser, sempre estar até o final. Às 4:00 horas da manhã, eu fui pra casa, com a sensação melhor do mundo de que ela está em boas mãos. De que todo mundo se foi, mas ela está sob os cuidados da doce e cuidadosa Izabel e do amável e engraçado Maurílio e logo, logo, daquele que eu tenho certeza que será um bom marido.

Minha melhor amiga está noiva. E, ontem foi, definitivamente, um dos dias mais felizes da minha vida.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

meus gostos II...


Gosto...de ser menina de blusa Hering, calça jeans, all star e rabo-de-cavalo.
Gosto...de ser mulher de tomara-que-caia, saia curta, salto alto e maquiagem.

domingo, 17 de outubro de 2010

Quando a morte conta uma história...

...você deve parar para ler.

É estranho que eu tenha demorado quase um ano para ler o tal livro.

Li as 100 primeiras páginas em meados de maio e parei. Daí, por meses, ele me olhou da mesinha ao lado da minha cama. Acabou chegando de novo até mim. Custei, mas li novamente as tais primeiras páginas. Fez mais sentido. Quis saber onde acabava a história.

Por dias e dias, neste último mês, a tal história foi meu lugar seguro. É engraçado que eu tenha passado meses pra arrumar tempo pra ler e neste momento todo meu tempo livre tenha sido dedicado a ele.

Sarou minha ansiedade, aliviou momentos de inquietação, de não saber. E eu corri praquela história onde eu passei minhas últimas noites inteiras. E lendo eu me sentia em um lugar que é meu, em algum lugar onde eu deveria estar. Cada saukerl e cada saumensch lidos me remeteram imediatamente a alguma coisa que eu não sou. Ou não pude ser. Ou viver.

O livro parece um mau pressentimento. Você vai lendo e sentindo e sendo alertado que algo não vai acabar bem. Mesmo torcendo e procurando sinais de que iria. Apesar do clima desconfortável, a história tem uma simplicidade que me remete à felicidade. E tem várias e várias histórias de amor, no mais amplo sentido da palavra. Amor simples e real.

Ao menos ali, eu sabia que não haveria surpresas, nem como mudar o fim da história. Começo, meio e fim já estavam destinados a ser o que quer que fossem, bom ou ruim. E por isso o livro foi para onde eu corri. Por isso os livros são para onde eu corro.

Aquela é a história de um cumpridor de promessas. De verdadeiras amizades. De relações fraternas. Eternas. De um primeiro amor. De alguém que achou sua fuga nas palavras. E descobriu o poder delas. De gente que se amou por não ter mesmo muito além de si mesmos. E também é a história de uma guerra.

Mas ainda assim por várias noites a história me salvou. Me acalmou. Me fez esquecer tudo que incomodava, que me tirava o controle, o foco. Foi meu lugar preferido. Ruim só ver as páginas passando, a história acabando e pensar pra onde eu iria fugir quando acabasse de ler. Acabou: O livro e talvez a necessidade de fugir.

Mais da metade da história foi lida na Praça da Liberdade. Onde também é um dos meus lugares seguros. Onde eu amo estar. Mesmo com a poluição e o barulho dos carros, lá tem silêncio e ar puro. Lá tem câmera lenta e som de passarinhos. Lá tem eu, na minha melhor versão.

O último quinto do livro eu acabei agora. 00:02 horas, deste 14 de outubro. Chorei de soluçar, perdi o ar. Nem me lembro da última vez que chorei assim. Digo, me lembro sim. E faz tempo. Quis avisar aos saukerls e às saumenschs da minha vida quanto são amados. Quanto são lembrados. Quanto são importantes. E quanto eu não gostaria que nenhum deles fosse embora nunca.

É uma história muito triste. Mas muito muito doce e linda. E se é que é possível deixa uma lembrança feliz. É uma história onde eu ainda queria estar. E me fez aprender, pra nunca mais esquecer, que saukerl e saumensch são um jeito lindo de falar de amor.

Amor, no mais amplo sentido da palavra.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Promessas.

Ela se queixa há dias porque as promessas dele não foram cumpridas. Exige isso dele, mas não é sequer capaz de cumprir as promessas que faz a si mesma.

Ele não foi capaz de cumprir as promessas que fez a ela. Promessas de amor. Prometeu sempre amá-la, desejá-la. Sempre pensar nela. Sempre achá-la a mais linda das mulheres. Sempre reagir só ao mesmo cheiro e ser só dela. Prometeu até avisar quando não fosse capaz de sentir mais nada disso. Prometeu e não cumpriu.

Então, depois de entender que o mocinho não valia à pena, ela se prometeu nunca mais atender aos chamados dele. Depois quando os chamados pararam, se prometeu nunca mais ligar pra ele. Depois nunca mais mandar emails. Nunca mais falar no MSN. Nunca mais mensagens. Nunca mais ouvir a música dos dois. Nunca mais sonhar com ele. Nunca mais sorrir sozinha ou sentir frio na barriga ao se permitir lembrá-lo. Nunca mais.

Promete, mas também não cumpre. Liga, manda os emails, mensagens. Sonha e pensa nele 24 horas por dia. Ouve a música deles quando quer. E quando não quer. (porque faz parte da magia que a trilha sonora deles passe a tocar em qualquer radinho de pilha por aí). Sente. Pensa. Sonha.

Pois bem. Promessas todas não cumpridas. As dele e as dela. Pra ela, não conseguir cumprir as promessas que se faz, torna-se mais incômodo do que as ausências dele. É que quando o que o cara te faz sentir te impede de ser leal com você mesma, hummm, ai não vai dar certo. Não dá. E vai continuar não dando.

Depois de cada promessa descumprida ela vai saber que ele não merecia que ela fosse tão desleal consigo mesma. Tanto quanto ele foi. Ou vem sendo. E vai chorar. Vai chorar quando desligar o telefone e tiver a absoluta certeza de que o perdeu. De que ele é educado, ensaia umas gracinhas e uns sorrisos, mas está longe de ser aquele cara por quem ela se apaixonou. Está longe de ser aquele cara que a fez se apaixonar, sem que ela pudesse evitar.

Ele. Ele não devia ter prometido. Mas também não tem obrigação nenhuma com o cumprimento. Afinal de contas, amores não são contratos e promessas são no fundo feitas mesmo para serem descumpridas. (Nesta parte aceito minhas contradições, mudo de idéia em um post a ser publicado em breve.)

Talvez ele não seja aquele homem que ela achou que ele fosse. Mulher é assim, gosta de inventar paixões. Mas ela não é mais a paixão dele. Nem inventada. Nem de verdade. Mesmo que tenha acreditado ser, não é. Talvez nem nunca tenha sido também.

Daí, para as meninas de promessas não cumpridas, fica o palpite: Ele já não foi leal com você. Então, não seja uma réplica chinfrim de um homem que te mal usou. Ele não tinha este direito. E nem você tem. Você acreditou nele. E quebrou a cara. Culpa integralmente sua. Dê a você pelo menos o direito de continuar acreditando em si mesma e passe a cumprir suas promessas.

Cumpra as promessas que se fez! Hora de virar a página, de esquecer aquele que roubou seu coração. E o pegar de volta. Você se prometeu ir embora, sem olhar pra trás, se achasse que ele não valia a pena. Alguém que não cumpre promessas não pode mesmo valer. Sem mensagens, sem emails, sem ligações. Retome o caminho. Recupere o sentido e o controle. Mantenha o coração batendo no mesmo compasso, sem arritmias. Arrume outra pessoa pra repartir seus segredos. Enquanto a tal paixão ainda não te fez tão mal.

Zeca Baleiro como bom sabedor de amor foi quem alertou: "Não se move uma montanha, por um pálido pedido de alguém que não se (te) ama". Não mesmo. Não vale a pena. Não se sacrifique por ele.

Cumpra as promessas que fez a si mesma. E se não for capaz, apenas para o seu conforto, saiba que eu também não sou.
Vários posts prontos sobre isso. Diversas posições diferentes. Diferentes pontos de vista. O de hoje é este. Direto assim. Pros não cumpridores de promessas. Pras não cumpridoras também.
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