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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Partir sem ter planos.

Coisa que gosto é poder partir sem ter planos. Natal. Ano novo. Descanso. Malas. Aeroporto. Passeio na praia. Livros. Biquíni. Chinelo. Nada de internet, ar condicionado ou salto alto. Enfim, férias. Não, não são férias das pessoas, do trabalho, da rotina. É uma espécie de férias de mim mesma. Pela primeira vez, nos últimos anos, passei uns dias sem a cabeça funcionando, sem a vontade compulsiva de escrever, de resolver, falar, explicar, complicar, organizar. Férias... meu jeito simples de me encontrar em mim mesma. E não tem preço café da manhã de hotel. Caminhar na praia. Olhar o céu sem hora de acabar. O relógio esquecido na mesa de cabeceira da minha cama feitinha lá na cidade mineira, e não precisar dele para nada. Passeios de mãos dadas. Cheiro de protetor solar. Passar quinze dias sem um check list. Caixas de emails e celular off line. Escrever com coqueiro, céu e sol me olhando neste fim de tarde. Escrever por escrever, sem precisar me esvaziar. Quem não precisa de férias de ...

É só um apertinho.

Não gosto de sentir o peito apertado, sem saber porque. Não é aperto de tristeza, que eu desconheço isso. Sou feliz, quase idiota. É um aperto de não saber mesmo. De alguma falta, algo que saiu diferente do que deveria, algum mistério, alguma coisa que não pôde ser. Ou aperto de fim de tarde, de fim de expediente, de fim de ano. Ou aperto de não está cabendo, não serviu, ficou pequeno. Preciso de cumprir meus roteiros, não sei sair dos planos. É que sou muita entrega. Muita entrega pra 53 quilos. Precisaria de menos. Menos entrega, birra, manha. Ou mais. Mais quilos, tamanho ou idade. Sou criança, lembra? Menina, pequena, faço bico, manha, fecho a cara se não gostei. Não sei ouvir não. Não aceito sentir que estou sendo contrariada, que alguma vontade ou desejo meu possam ser negados. Eu sou estranha. Mas me sinto idiotamente feliz e completa quando enxergo que me conheço tanto e me aceito assim. Esquisita, mas inteira. Real. Transparente. Porque, há muito já perdi meus medos de mostrar...

Só imaginando.

Cenário um: Um pai. Uma mãe. Uma menininha. O pai, agressivo. A mãe, covarde. A mãe vai embora. A filha fica com o pai. O pai tinha uma amante, que tinha uma filha, que era violentada por ele. Cenário dois: Um pai. Uma mãe. Um menininho. A mãe vai embora. O pai também; é assassinado. Um filho fica com a avó. O outro é preso por assalto a mão armada e com acusações de estupro. Cenário três: A menininha da primeira história se encontra com o menininho da segunda. Agora eles são: Um pai. Uma mãe. Um menininho que pegou emprestado o nome do pai. O pai, suposto ídolo. Suposto assassino também. A mãe, suposta modelo. Suposta garota de programa. Cenário quatro: A mãe foi morta. Pelos amigos do papai. O papai foi preso. O menininho ficou sem pai, sem mãe. Os personagens das histórias têm nome. Nome conhecido. Era pra ser só mais um caso policial, como tantos outros. Mas não foi. No último ano tivemos overdose da tal história. A mídia fez o papel que tantas vezes cumpre muito bem de des-info...

Um sonho bom!

Sempre fico a pensar no que os sonhos representam. Às vezes acho que são uma modo de fazer algo que gostaríamos de ter feito e não tivemos possibilidade ou coragem. Às vezes acho que são um modo de realizar ou viver algo que não gostaríamos, mas pelo que devemos passar, pra experimentar sensações, testar nossos medos, nossa moral, nossas vontades. Às vezes acho que nem uma coisa, nem outra, que não querem dizer nada, que é só diversão do inconsciente, da alma, pra sair da mesmice dos nossos pensamentos ou da nossa rotina. Eu nunca sonhei com meu irmão. Sempre pedia pra isso acontecer só quando fosse a hora. Digo, nunca tinha sonhado. Até esta noite. O sonho: Uma festinha lá em casa. (não rara). Os amigos todos lá. Meus pais. Os meninos. Os vizinhos de muro e de rua. Churrasco, pinga (argh), vodka, água de côco, suco de laranja, os amendoins da minha mãe. Eu resolvi tomar conta do som, o que normalmente não é autorizado, uma vez que meu gosto musical é considerado duvidoso. Coloquei uma...

Vi, vivi ou inventei!

Eu nunca expliquei de onde surgiu o nome do blog. Acho até que deveria ter sido a primeira coisa a ser feita quando ele nasceu. Ou nem devia explicar e deixar cada um entender ao seu modo, fazer sua interpretação. Mas vou dizer. Eu estava lendo Martha em um dia qualquer. E quem me conhece sabe da minha adoração por esta mulher. Não sou de muitos ídolos, mas ela é, definitivamente, uma das minhas. Diz tudo que eu quero dizer, pensa tudo que eu penso, escreve tudo que eu quero escrever. Às vezes sinto aflição, porque gostaria de ter, eu, dito antes. Tem um texto dela, chamado A Janela dos Outros, em que ela fala sobre como o ser humano tende a só querer ver o que mostra sua própria janela, como se a visão ou opinião do outro não tivesse mesmo muita importância. Em um momento da crônica, perto do final, ela diz “A sabedoria recomenda que falemos menos, que batamos menos o martelo e que sejamos menos enfáticos”. Conheço poucas pessoas que falem tanto e batam tanto o martelo como eu. Minha...