Eu não me lembro bem de quando meus avôs se foram. O da mamãe eu ainda era quase uma nenénzinha. Carrego pouca ou nenhuma lembrança e muitas histórias contadas por quem viveu com ele. O do papai tenho alguma coisa a mais na memória. O gosto de um chocolate de papel vermelho e do guaraná, que ele sempre comprava quando eu ia pra lá, além de umas boas histórias de um velhinho cheio de maniiias, de quem com certeza eu puxei as minhas. Mas a lembrança mais marcante de quando ele se foi, foi ver o que se abateu sobre meu pai nos dias que se seguiram. Ninguém me preparou pra ver meu pai daquele jeito. Pai não devia poder ficar triste. Nem mãe. Afinal de contas são eles que sempre dizem: “na vida tudo tem jeito, filha! Tudo”... AAAh, tinha passado despercebido o restinho da tal frase. “na vida tudo tem jeito, filha! Tudo. MENOS a morte.” Eles bem que avisaram. Hoje acordei com uma notícia ruim. Dona Carmen virou anjo. A verdade é que toda avó é um pouco anjo, né? A sensação é de que com o pas...
o principal é o que não está escrito