Dia desses estava eu tentando resolver pelo telefone uma questão junto a um órgão público. Aguardava ali, ao telefone, uma resposta da quarta atendente para a qual haviam direcionado minha ligação. Vi no reflexo do porta-treco da minha mesa do escritório minha testa franzidinha, minha marca de expressão forte, marcada. Parei. Respirei. Relaxei. Pensei: Poxa! Para que tanta tensão e tantos maus tratos com a minha marquinha de expressão? Passei a reparar que as pessoas andam assim. Testa franzida, olhar carregado. Adianta? Adiantou eu gastar minha marquinha com aquele telefonema? Foi mais eficaz? Se o relatório não ficou pronto; Se o chefe está de mau humor; Se o carinha não ligou no dia seguinte; Se você se irritou; Se o dinheiro para pagar a dívida acabou; Se você está atrasado; Se o sinal fechou; Se o trânsito está ruim; Se o homem da sua vida te abandonou. Franzir a testa não vai resolver nenhum desses problemas, eu garanto. Mas vai te criar uns outros. Vai te fazer parecer uns anos ...
o principal é o que não está escrito