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Mostrando postagens de 2018

Sobreviventes somos nós.

Eu conheci a Amanda no salão. Por acaso. Queria unhas novas, liguei na recepção e pedi “a melhor”. Me deram ela. E ela era mesmo a melhor. Amanda é aquelas mulheres completas. Amanda perdeu a mãe muito cedo e foi criada pelo pai. Ela tem mais ou menos a minha idade e uma filha adolescente com já mais ou menos a metade. Na filha tem a melhor amiga. No pai, o melhor. Amanda é linda, divertida, inteligente. Cuida da sua carreira, faz cursos, se especializa. Meio manicure, meio podóloga, meio enfermeira e inteira em tudo que ela faz. A filha e o pai. Duas pessoas que eu só conheço pelos olhos e pelas palavras da própria Amanda. E como praticamente tudo que ela emite, a descrição deles é cheia de luz. Raíssa, a filha. Adolescente. 16 anos. Melhor amiga da mãe. Bem criada. Cheia dos valores, da doçura e da espontaneidade da Amanda. Responsável. Independente para a pouca idade. Seu João. Pai jovem. Pai que foi mãe e pai e que criou a Amanda (e a ...

Livre o suficiente. [Parte 1].

Espelho de Vênus. Feminino. O símbolo. Ame. Sorria. Ou chore. Fale alto. Ou baixinho. Ou sussurre. Gargalhe. Use azul. Ou rosa.  Use mini saia. Ou moletom. Corte o cabelo. Ou tenha cabelos longos. Ou faça dreads. Fale palavrões. Ou recite poesias. Seja princesa. Ou super herói. Brinque de bola. Ou de boneca. Não tenha filhos. Ou tenha sete.  Trabalhe. Para garantir o futuro. Ou para pagar por seus desejos. Seja forte. E não se envergonhe de fraquejar. Estude. Estude mais até entender quanto há a se aprender. Tenha orgasmos. Ou seja virgem.  Seja solteira. Se case. Ou se divorcie. Viaje o mundo. E continue viajando.  Perdoe os homens que te desrespeitaram ao longo da vida. Fale bem de outras mulheres. E no final, continue sendo livre o suficiente para fazer o que quiser.

O carnaval que nunca acabou

23 de fevereiro. E eu ainda fico puta por você ter ido quando eu tinha 10 kgs a mais e o nariz maior e, portanto, nossas fotos não são tão "foda". Mas sobretudo ainda sinto vivamente a sensação do carnaval se aproximando. Meu corpo responde claramente à Globeleza na Tv, aos anúncios do carnaval de Salvador e às cores e sons dos blocos de rua. É uma mistura maluca de gatilhos que me lembram ora dos últimos dias em que eu vivi tendo você, ora dos primeiros segundos e dias que eu vivi depois de te perder. Mas eu sigo insistindo que sou melhor agora. Não há quebra não seguida de reconstrução, não há dor não seguida de maior compaixão, não há perda não seguida de maior gratidão. Meu mundo é diferente depois de ter perdido você. Meus carnavais também. Mas amo mais a vida, me preocupo bem menos com o futuro, aproveito os detalhes do percurso, sorrio muito, respeito o outro ao máximo, me coloco no lugar das pessoas, amo descontroladamente, não desisto de ser melhor. Endureci um pouc...