Hoje por um segundo eu pensei em esquecer você. Você e
qualquer lembrança sua. Eu também quis chorar, mas não consegui. Quase uma
homenagem as tantas vezes que em você esperou que eu chorasse e eu fiquei ali
imóvel a te olhar, quase que como só para contrariar. Mas é. Eu quase te
esqueci, mas não esqueci não. Primeiro, porque junto com você iriam muitas
descobertas, o universo infinito das palavras ganhando significado, nossos
lugares, notas musicais e as manhãs mais felizes da minha vida passadas juntos
descobrindo um jeito só nosso de amar. Segundo, porque você está aqui, gravado
no meu corpo, mas não só. Você está nas minhas roupas, nos meus livros, na
minha poesia, nos meus sonhos. Você faz parte da pessoa em que eu me
transformei e eu não quero deixar de ser. Eu ainda sonho você e você ainda
parece de verdade. Mas é bem verdade que a única coisa que parece real por aqui
nessa manhã estranha é o número de zeros que compõem a distância que nos separa
em metros. O mundo dá voltas, o nosso girou. Girou e parece que foi tanto que
estamos de novo no exato lugar onde estávamos quando nos vimos pela primeira
vez. Eu ainda não consigo imaginar como eu sou sem amar você. Mas a gente vai
aprender. A gente precisa de encerrar esse capítulo, pontofinalizar essa
história. Não, eu não te esqueci. E nem vou. Eu vou sempre sentir saudades. Mas deixo você ir. Dessa vez tem
que ser em direções opostas. A gente merece o recomeço. Zerar a vida.
Reinventar possibilidades. Se permitir novos começos. Eu preciso. E para isso
preciso realmente de te deixar ir. Então, vamos. Eu conto ou você? Tudo bem, contamos
juntos. No já?
3, 2, 1... Já.
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