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3,2,1... Já!


Hoje por um segundo eu pensei em esquecer você. Você e qualquer lembrança sua. Eu também quis chorar, mas não consegui. Quase uma homenagem as tantas vezes que em você esperou que eu chorasse e eu fiquei ali imóvel a te olhar, quase que como só para contrariar. Mas é. Eu quase te esqueci, mas não esqueci não. Primeiro, porque junto com você iriam muitas descobertas, o universo infinito das palavras ganhando significado, nossos lugares, notas musicais e as manhãs mais felizes da minha vida passadas juntos descobrindo um jeito só nosso de amar. Segundo, porque você está aqui, gravado no meu corpo, mas não só. Você está nas minhas roupas, nos meus livros, na minha poesia, nos meus sonhos. Você faz parte da pessoa em que eu me transformei e eu não quero deixar de ser. Eu ainda sonho você e você ainda parece de verdade. Mas é bem verdade que a única coisa que parece real por aqui nessa manhã estranha é o número de zeros que compõem a distância que nos separa em metros. O mundo dá voltas, o nosso girou. Girou e parece que foi tanto que estamos de novo no exato lugar onde estávamos quando nos vimos pela primeira vez. Eu ainda não consigo imaginar como eu sou sem amar você. Mas a gente vai aprender. A gente precisa de encerrar esse capítulo, pontofinalizar essa história. Não, eu não te esqueci. E nem vou. Eu vou sempre sentir saudades. Mas deixo você ir. Dessa vez tem que ser em direções opostas. A gente merece o recomeço. Zerar a vida. Reinventar possibilidades. Se permitir novos começos. Eu preciso. E para isso preciso realmente de te deixar ir. Então, vamos. Eu conto ou você? Tudo bem, contamos juntos. No já? 

3, 2, 1... Já.


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