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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Por muitas estrelas no teto.

Ei, Caqui!  Sabe que por mais de uma vez eu ouvi as pessoas dizerem com um certo tom de ironia a respeito da minha maneira de olhar o mundo? Algo do tipo “lá vai a Luísa e o mundinho dela”. O que estas pessoas não souberam é que de fato eu tenho um mundo inventado e que se para elas pareceu alguma coisa irreal é porque deve mesmo ser. O que elas não souberam é que eu sinto maior orgulho de mim porque criar um mundo para gente mesmo exige muita coragem e dá maior trabalho. O que elas não souberam é que eu inventei este mundo para me proteger, mas aqui eu acabo por ser imune a muito mais coisas do que poderia imaginar. O que elas não souberam é que o fato delas não entenderem um mundo inteiro só me faz ter mais vontade de viver de um jeito diferente da maioria das pessoas que eu conheço. O que elas não souberam é que insistir naquilo em que eu acredito e colocar minha felicidade só na minha própria conta é uma experiência sem preço.   Mas o mais impor...

Para os que vão tarde.

Minhas últimas viagens antes de voltar ao Brasil me trouxeram, dentre tantos prazeres, o de conhecer pessoas i ncríveis. Estas pessoas não vão ser meus melhores amigos, nem futuros namorados, também não vão estar na minha vida para sempre, mas de algum modo vão fazer sempre parte dela de alguma maneira. E essas pessoas serão certamente lembradas em dias quaisquer em momentos significativos.  Em umas das ilhas da Grécia para onde eu fui sozinha, no barquinho de doze pessoas que nos levava ao lugar mais lindo que eu já conheci na vida, tinha uma brasileirinha. Carol. Carol como a maioria das Carol´s que me cercam era doce. Tinha a fala mansa. Não alterava o tom da voz para falar. E me achou com o olhar, ao se aproximar dizendo: você é a outra brasileira do grupo? Sim, eu era.  As pessoas que a gente conhece quando está sozinho, viajando por algum lugar que fique a mais que dois meios de transporte de casa, vêm com um selo. É o selo de zona segura. Eu e Carol não pre...

Valentine's day.

Eu não lembro mais da roupa que você estava, que poderia ser aquela camisa azul que eu gostava ou aquela verde surrada. Nem lembro do número daquele portão de embarque que poderia ser o 2C ou o 17A. Eu não lembro mais do seu cheiro, que poderia ser aquele perfume importado ou aquele que veio com a pele. Eu não lembro do olhar que você fez, mas poderia ser aquele de quem não se abala ou o outro que segura as lágrimas. Eu não lembro da sua expressão, mas poderia ser aquela séria ou aquele sorriso difícil que eu aprendi a merecer. Eu não lembro do livro que você estava lendo e ficou na cabeceira, mas poderia ser aquele clássico romântico ou aquele outro sobre atividades físicas. Eu não lembro o último lugar que você me tocou, mas poderia ser a curvinha no fim das costas ou a nuca com a mão pesada dizendo que não era para eu ir ainda. Eu não lembro de muitos detalhes, mas poderia lembrar como se fosse agora do que eu sentia sabendo que você era meu. Talvez, só talvez, um d...

Para o ano virar.

Que a nossa missão seja simples, mas sempre cumprida: ser feliz e fazer feliz, agorinha, em um hoje que não se deixa para depois. Não vamos deixar a vida passar enquanto a gente espera em vão, espera o amor chegar, a promoção vir, o salário aumentar, o sonho se realizar. Espera em vão porque enquanto a gente não entender que a felicidade não está em nenhum lugar que não na gente mesmo, tudo isso vai chegar, passar e a felicidade não vai estar lá. Que 2016 possa ser um ano de entender que a gente não precisa de ter nada disso para ser feliz, só a vontade de sermos pessoas melhores. Por melhor, eu me entendo quando consigo sempre sorrir, quando encosto com delicadeza em pessoas que acabei de conhecer, quando respeito e aceito o outro, quando deixo um bilhete surpresa, quando ofereço um presente sem motivo, quando dou para o outro algo que talvez nem esteja me sobrando: seja dinheiro, esperança ou sorriso. Que em 2016 sejamos pessoas reais, daquelas que a gente tem vontade d...

Feito tatuagem.

Poderia ter sido em desenho: a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a beira do Sena, o jardim de Luxemburgo. Poderia ter sido um nome, ou dois ou dez ou cem das pessoas que eu quero pra sempre lembrar. Poderia ter sido uma representação de um louco desafio vivido e cumprido. Poderia ter sido um sinal dos bons tempos, de paz, de felicidade intensa, de dias e amores sem medo. Mas foi simples como não poderia deixar de ser, para falar de tudo isso e de tudo que minhas palavras ainda não sabem dizer. A marca que é pra ser tatuagem e não cicatriz de uma vida que me pertence pra sempre e eu só não quero nunca esquecer. 09 de dezembro de 2015.
Talvez eu não devesse, mas ainda me surpreendo com a maneira como os seres humanos apreciam a desgraça alheia. Minhas redes sociais se encheram de referências à exposição do flagrante de adultério de uma mineira.  Um vídeo cheio de abusos, agressões e humilhações. Um problema que deveria ser resolvido entre os envolvidos. Há famílias envolvidas. Há filhos, crianças. Há a dor de um marido traído, que pode nem ser um bom marido. Há a dor de uma mulher agredida. Há a vida partic ular desta mulher de quem ninguém se importa em divulgar a foto. Há um amigo traidor, que ninguém sabe se era tão amigo e que é tratado como figurante de uma história onde ele é praticamente protagonista. Ontem, a história foi contada no jornal do fim da tarde. Fiquei tentando entender se era a notícia mais importante do dia de ontem, a ponto de justificar sua inclusão na pauta de um jornal com trinta minutos de duração. O apresentador concluía a reportagem dizendo: este é o desfecho triste de u...