Sempre se espera muito do outro. Sempre esperam muito de mim. Sou a primeira da fila sempre ali, a me observar. A achar que eu podia ser melhor. É isso que costumar vir à minha cabeça: podia ter me saído melhor. O trabalho, a prova, o conselho. Como filha, amiga, namorada. Como pessoa. Eu acredito nas pessoas, mas o ser humano é muito imperfeito. É mesquinho, egoísta. Sente inveja, luxúria. É fútil, leviano. Eu também sou humana. Também tenho sentimentos com os quais, digo, contra os quais luto constantemente. Sempre esperando ser melhor. Como os outros esperam. Mas e se eu não puder? E se não conseguir? E se minhas imperfeições não permitirem que eu seja tudo aquilo que sonho, quero, preciso ser. Esta imperfeição não é só minha. A aflição também não deveria ser. Quantas vezes você já parou para pensar se é tudo aquilo que finge ser, que acredita ser? Mesmo não sendo. Autoconhecimento é a palavra da minha vida. E assusta. Me conhecer tanto assusta. É que nem sempre ao me olhar assisto...
o principal é o que não está escrito