Aconteceu nesta manhã. Ela se assentou ao meu lado, fez um sinal com a cabeça, e com os olhos me indicou a revista de noivas em suas mãos, onde a modelo estampava a capa com um penteado esdrúxulo e um vestido gênero bolo de festa ou princesa da Disney a depender dos olhos de quem olha. Aí ela disse: Meu sonho casar assim. Eu: O meu não. Ela: Prefere o coque mais baixo? O vestido mais rendado? Eu: Eu não quero casar. Ela: Todo mundo quer casar. (...) Por algum tempo da minha vida eu evitei ou me constrangi com minhas próprias frases como: eu não tenho religião, eu não quero casar, eu não acredito em fidelidade masculina. Evitei, porque de alguma maneira, parece que as pessoas têm tão poucas certezas de suas convicções que ouvir uma opinião diferente incomoda, fere, angustia. E eu sentia culpa por isso, me responsabilizava por incomodar as pessoas. Ali, diante da afirmação tonta vinda da moça, fiquei tentando imaginar porque a...
o principal é o que não está escrito