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Mostrando postagens de fevereiro, 2014

Para falar de saudade.

Como uma palavra que só existe no dicionário pode ter tantos significados? Como é que tantos outros povos conseguem explicar o que sentem sem esta palavrinha cheia de mistérios que faz parte da nossa vida desde tão cedo? E, nossa, como é difícil explicar em francês ou inglês com as minhas restrições que “tu me manques” ou “i miss you” é muito diferente de “eu sinto saudade, eu sinto muita saudade”.  Saudade .  Somos ainda tão pequenos quando a saudade bate na porta da vida. Quando no primeiro dia de aula nossos pais nos entregam nossa mochila, nossa lancheira, nos dão um beijo na testa e se despedem. Depois na escolinha quando o coleguinha mais velho rouba seu lugar na fila ou seu lápis colorido, quando você cai e se machuca ou é dia de vacinação. Mais uns anos e dormindo na casa de algum coleguinha ou de alguma tia, quando a gente acorda com algum sonho ruim de madrugada. Acho que são por aí nossas primeiras saudades, do colo dos nossos pais, das mãos dadas ou...

Um pouquinho, só mais um pouquinho.

A história nem é recente. Já acontece no mundo desde os primórdios da humanidade. É mais ou menos o tal do disse-me-disse. Faz um tempinho e uma mocinha que eu não conheço, com quem não tenho amigos em comum e com quem nunca troquei uma única palavra resolveu sem ser consultada dar a alguém muito próximo de mim seu depoimento a meu respeito. É, esta estranha desconhecida de nome esquisito, quis dar uma opinião pessoal ao meu respeito para uma pessoa com quem convivo há cerca de oito anos, quase um terço da minha inteira existência. Sem ser perguntada, ela quis opinar e opinou. Um depoimento pessoal e de natureza, a meu ver, negativa. E por razões muito óbvias é claro que alguém que eu não conheço, que nunca olhou nos meus olhos, com quem nunca troquei nenhuma palavra, não merecia um post no meu blog, mas cá entre nós, aqui também tem espaço para as porcarias da humanidade e eu não posso querer viver sempre no mundo que eu inventei, sob pena de meu mundo inventado ser de ...

Não é só por um beijo gay.

Dia destes e em um momento familiar em uma noite comum na Paris de todo dia, estávamos eu e o casal com que eu moro, (que cumpre para mim o papel ora de irmãos, ora de primos, ora de amigos, ora de pais) assentadinhos na sala, cada um ocupado de uma outra tarefa, como um livro, um tablet ou computador. Distraídos como estávamos, um casal se beijava ali na TV, calorosa e apaixonadamente. Na vida real, cada um continuava se ocupando com o que estava fazendo. A cena era de “Plus Belle la Vie”, a tradicional novela francesa, que está no ar há cerca de dez anos e passa em torno das oito da noite, no horário daqui, claro. Ah, o beijo era entre duas mulheres. E acreditem, a vida continuou. Ninguém parou para debater o beijo, aliás, o milionésimo beijo gay da novela. Acabou o capítulo daquela noite e mudamos para novela brasileira. Ali, a curtos (mas nem por isso não importantes) passos para uma sociedade engessada como a brasileira, o autor tenta incluir algumas relações homossexua...