Isso sempre acontece comigo. E deve ter alguma razão. Saindo do Tribunal de Justiça assentei em uma daquelas casinhas de ônibus para organizar minhas coisas e esperar um táxi. Estava lá não tinha dois minutos e vem uma princesinha de rua, rostinho de boneca, descalça, um vestido caindo largo sobre os ossinhos dela, tentando vender adesivos. A reação é meio padrão e a minha também foi. – Compra um tia? – Não tenho, princesa. E ela se assentou ali do meu lado para esperar. As duas pessoas que estavam por ali deram uma afastada que me encheram de raiva e um certo nojo.Meu telefone tocou em cima da minha pasta, a pequena olhou para minha foto na imagem de fundo, depois para mim e perguntou: - É você? Eu olhei para ela e concordei, ouvindo, então, daquela boquinha desenhada, que eu estava muito bonita na foto. E ela disse isso enquanto colocava a mão no meu joelho. Olhei melhor para aquela coisinha magrela do meu lado, com os olhinhos de jabuticaba na minha direção e pensei em...
o principal é o que não está escrito