“Você foi demais, você fez tudo certo, a gente não vai deixar de te amar. Mas se estiver muito ruim, se quiser descansar, pode ir”. Antes de vir para França eu não fiz muitos pedidos, eu não esperava muitas coisas. Na verdade eu não sou mesmo de pedir demais. Mas antes de vir eu pedi. Pedi que minha vida que ficava no Brasil fosse protegida, pedi para não ter que lidar com nenhuma morte à distância. Foi tudo que eu pedi. Eu sabia que era muita coisa. Mas mesmo sabendo que era enorme, eu me senti protegida. Me senti imunizada à uma experiência pela qual eu não queria passar. Mas eu devia saber, não depende nunca de nós. Eu me lembro como se fosse hoje da primeira vez que eu vi o Thorzinho. Me lembro de estar assentada em um banquinho do quintal. Meu pai tinha ido buscar ele, descumprindo a promessa anterior de que nunca mais teríamos um cãozinho, porque as partidas são sempre dolorosas demais. Mas quem por medo de amar desiste, já não está vivo. E nós não somos este ...
o principal é o que não está escrito