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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Uma mamadeira de leite quentinho, talvez?

Olá! Já nos conhecemos há uns dias, mas é a primeira vez que falo diretamente com você, assim, em voz alta. O médico preferiu nos deixar uns minutos a sós. Muitas vezes na minha vida pensei em como seria este momento e agora não sei o que fazer. Devo ter mentalmente ensaiado algo para dizer, mas saiu tudo tão diferente do que eu imaginava, então vou ter que improvisar. Me viro bem no improviso, mas fico vermelha. Trinta segundos de conversa e acabo entregando algo sobre mim. Sim, fico sempre vermelha nestas situações. Sim, entrego facilmente coisas sobre mim. Tenho tanto a dizer, há tantas coisas que você precisa saber. Eu vou tentar te poupar, mas você vai ter que ser forte, pequeno. Promete ser? Eu prometo tentar. Prometo, prometo. Sempre tive certeza que a primeira seria uma garotinha e ainda não dá para saber se você não é, mas existindo o que chamam de instinto estou falando mesmo com um garotinho. Meu garotinho. Um menino. Não era para ter acontecido deste jeito,...

Para mim não é.

É simples. Se eu reclamar de tristeza me olhe. Me olhe, pegue meu cabelo, me dê as mãos. Não sou lá de reclamar destas coisas. Na verdade não sou muito destas coisas de tristeza mesmo. Gastei quase tudo uns anos atrás. Mas estou viva, sempre sobra alguma coisa. Então se eu nunca reclamar de tristeza me cuide também. Não sou muito destas coisas, mas aqui há um pouco de tudo. Me doo inteira. É doo, assim mesmo. Estou falando de dores, não entregas. Não vivo na superfície de nada. E no fundo, - onde mora o que não se revela, o que é obscuro, - é lá que as experiências, acontecimentos e escolhas mais doem. Lá tem de tudo, na verdade; já disse. É só observar os sinais, que se não forem um blefe são assim ó: Quanto mais paixão, mais silêncio. Mais silêncio, mais paz. Mais paz, mais dor. Mais dor, mais sorriso. Mais sorriso, mais palavras. Mais palavras e começa tudo outra vez e acabo voltando ao mesmo lugar. E é bom caminhar por aí quando se tem para onde voltar. Só faço o que eu quero e...