Fim de tarde e fui resolver umas questões fora do escritório. Saí tranquila, feliz da vida e cruzei com uma turminha de crianças reunida perto do McDonald’s. Meninos da rua. Eram três. Os maiores aparentavam ter em torno de seus nove anos, o menor eu diria que não passava de sete. Não é raro que eles estejam por lá, pedindo umas moedas ou um pouco de atenção. As pessoas costumam dar. Moedas. Atenção não. A meninada costuma se aproximar e fazer uma abordagem rápida, certos de que se não for assim as pessoas se desviam logo com passos ainda mais rápidos do que os deles. Passos rápidos, cabeças baixas. Eu não costumo andar assim e lá ia observando ao meu redor. Ao ensaiar uma aproximação, o menorzinho deles cruzou diretamente com meu olhar e pareceu se assustar. Eu sorri. Ele pareceu se assustar de novo. Mas também sorriu e se aproximou perguntando se eu não daria algo para ele comer. Enquanto eu mexia na minha bolsa pensando se deveria dar dinheiro, comida ou nada, me assentei em uma...
o principal é o que não está escrito